Mudou de nome: a perseguida agora chama-se verdade!

É engraçado... Todos querem a verdade. Refinando: ambos a querem. No entanto, fogem dela. E não é ela que foge de ninguém, podem apostar. São eles. São os dois. Até parece a história do senhor já muito maduro, já pedindo ao médico não mais uma receita de Viagra, mas sim de alguma droga que o faça esquecer, que à noite, no leito conjugal, encontra as mais estapafúrdias desculpas para não cumprir o seu dever. E levanta-se da cama alegando qualquer coisa – até mesmo que escutou um barulho na cozinha ou que esqueceu de dar leite ao gato – só para poder fugir a obrigação. No bar, com seus companheiros e correligionários, arrota vantagens, mostra-se arrogante, diz que com ele não existe essa história de perseguida, mas sim de alcançada. À noite, a coisa muda... Ou então o outro, cheio de delicadezas e mesuras, que ergue um brinde de champanhe francesa e mostra ser capaz, também, de alcançar. Porém, a conquista realizada, não sabe o que fazer com ela.

Contudo, um deixa entender que não vai fazer nada mesmo, uma vez que já provou essa assertiva. Durante quatro anos, nada mais fez do que comer o pão. Infelizmente, o pão amassado pelo outro (ou por seus pares) durante os oito anos antecedentes. E ambos dizem perseguir a verdade. Como falei antes, possivelmente sem nenhuma vontade efetiva de alcançá-la, pois isto feito, terão de dar conta do recado e, nesse ponto, sabem-se incapazes.

Mas, sejamos justos. Dos dois perseguidores, o já tão falado Picolé de Sechium edule, saiu-se bem melhor. Também não sabemos se, lá para o fim do mês, ele vai chegar à perseguida... E muito menos o que vai fazer com ela depois. Já o outro, antes Bufo hirsutus e hoje Bufo apopleticus, deu-se mal. Por muito pouco não virava suflê de sapo com jiló, tão amarga estava sua expressão.

E, uma pergunta: seria mesmo água que ele estava constantemente bebendo? Alguém conseguiu ver algum passarinho bebendo do mesmo copo?